sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O ARTISTA TEM PIOR BILHETERIA ENTRE INDICADOS AO OSCAR

Jean Dujardin e Bérénice Bejo em cena de O Artista, de Michel Hazanavicius


Mais do que uma estatueta dourada na prateleira, um Oscar representa dinheiro, muito dinheiro. Uma indicação para melhor filme não só é sinônimo de propaganda gratuita, como pode fazer o longa dobrar seu faturamento. Por isso, produções de temáticas mais adultas veem no período de prêmios sua principal chance de faturar.


Com dez indicações (uma a menos que “A Invenção de Hugo Cabret”, de Martin Scorsese), “O Artista” já venceu os principais prêmios e é o favorito ao Oscar de melhor filme. Mas comparado a vencedores do passado, a produção francesa, que fala de um ator lançado ao ostracismo após deixar de ser viável economicamente, tem bilheteria decepcionante: US$ 28 milhões. Para se ter uma ideia, no ano passado, a produção vencedora e igualmente modesta “O Discurso do Rei” arrecadou US$ 135,4 milhões nos Estados Unidos.

Entre os filmes laureados na categoria principal neste século, “O Artista” só superaria a bilheteria de “Guerra ao Terror” (2009), que rendeu US$ 17 milhões. A diferença é que naquele ano o filme disputava a estatueta com “Avatar”, maior bilheteria da história, com US$ 749 milhões. O segundo pior desempenho entre os vencedores de 2001 para cá foi de “Crash - No Limite” (2005), com US$ 54,5 milhões, valor que não deve ser alcançado pelo filme de Michel Hazanavicius.

Nenhum outro filme nos últimos 30 anos faturou tão pouco. Desde 1981, só “O Último Imperador” não atingiu ao menos os US$ 50 milhões. No entanto, seus US$ 43,9 milhões arrecadados entre o fim de 1987 e o começo de 1988 representariam mais de US$ 80 milhões em valores de hoje, com a inflação corrigida.

Entre os nove concorrentes a melhor filme deste ano, só um superou a barreira dos US$ 100 milhões: “Histórias Cruzadas”, com US$ 169,6 milhões. Nas duas temporadas passadas, quando o número de indicados passou de cinco para dez, cinco produções ultrapassaram a marca.

Ainda assim, o poder comercial de uma indicação nas categorias principais não deve ser subestimado. Ela pode garantir no mínimo a exibição em outros países, aumentando suas possibilidades de lucro. Foi o que aconteceu com “O Homem que Mudou o Jogo”, que mesmo com Brad Pitt no elenco, só teve sua exibição confirmada no Brasil após a indicação para melhor filme.

Antes da temporada de prêmios, “O Artista” estava restrito a um circuito de cerca de 200 salas, pouco para os padrões americanos. Na semana seguinte às indicações, o filme era exibido em 1.005 salas. Da semana das nomeações para cá, seu faturamento já cresceu mais de 100%. O prêmio pode até representar um punhado de dólares a mais para o longa de Hazanavicius, mas muito pouco comparado a vencedores do passado.

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